Tradutor automático: principais falhas do Google Tradutor
Um tradutor automático pode ser útil nas demandas rápidas e urgentes do dia a dia. Mas seu uso requer muito cuidado.
Dotados de sistemas de inteligência artificial, recursos como o Google Tradutor conseguem traduzir fielmente algumas frases simples, mas são incapazes de detectar detalhes que podem ser cruciais para a qualidade do texto.
Expressões idiomáticas, metáforas e palavras idênticas, por exemplo, dificilmente são identificadas. Mas isso não significa que você deve abolir a tradução automática de sua rotina.
O importante é lembrar que, depois, uma revisão criteriosa é indispensável, pois só assim é possível detectar incoerências e erros no resultado.
Tendo isso em mente, vamos explicar a você o funcionamento de ferramentas como o Google Tradutor e mostrar as principais falhas da tradução automática. Confira:
O funcionamento do tradutor automático
As origens desse tipo de ferramenta datam da década de 1950, com o avanço das pesquisas que relacionavam linguística e o processamento de informações pelo cérebro humano.
Os pesquisadores A. D. Booth e Warren Weaver inventaram, naquele período, uma espécie de calculadora capaz de traduzir, palavra por palavra, trechos do inglês para o russo.
A partir dessas formulações, foram desenvolvidos diferentes métodos para tradução automática, incluindo tradução automática baseada em regras (Rule based machine translation), baseada em estatística (Statistical Machine Translation), híbridos (combinando os dois anteriores e também, mais recentemente, cada vez mais inteligência artificial. Os mais recentes métodos conseguem combinar os anteriores se utilizando de poder computacional cada vez maior e grandes bancos de dados (Corpus linguísticos).
O Google Translator, por exemplo, usa algoritmos que apontam qual termo é mais aproximado. Por meio de colaborações de usuários, que inserem sugestões de traduções, a funcionalidade, criada há 11 anos, dispõe de 103 idiomas e é utilizada por 500 milhões de pessoas principalmente para situações de cotidiano.
Esta tecnologia está sempre evoluindo, mas precisamos abordá-la como possível apoio à inteligência humana (e não como substituição). Nota: Artigo escrito em junho de 2017.
E agora, após conhecer um pouco mais da ferramenta, entenda três falhas do tradutor automático:
1. Falta de contexto
Nem a máquina dotada do funcionamento inteligente mais avançado consegue identificar o contexto das frases.
Lembre-se de que o tradutor precisa levar em conta as correspondências entre os termos, as estruturas das frases e os sentidos.
Dentro de um língua, você pode encontrar palavras idênticas, mas com conotações muito diferentes.
Sendo assim, utilizar somente a tradução automática não garante que todas as expressões serão entendidas adequadamente, e podem inclusive, gerar erros de entendimento muito impactantes.
2. Dúvidas sobre termos com vários significados
Por exemplo, considere o vocábulo inglês “assessment”. De acordo com o dicionário Oxford, trata-se de um substantivo que indica “avaliação”, “análise”, “estima”, “mapeamento de algo ou alguém”.
Porém, se você consultar o Google Translator, terá outras definições além dessas: “tributo”, “imposto” e até “multa”.
Portanto, ao traduzir “assessment”, o usuário dependerá da solução da primeira falha que comentamos — a falta de contexto — para, então, saber a qual significado o termo está se referindo. E isso é algo que uma ferramenta automática não consegue fazer. A dificuldade de capturar contexto, no entanto, acontece principalmente entre sentenças.
3. Não reconhecimento de expressões idiomáticas
Você certamente já ouviu, em um dia de chuva torrencial, alguém falar “está chovendo canivetes!”. E “está chovendo gatos e cachorros”?
Dificilmente, pois esta não é uma expressão do português brasileiro. Porém, ao conversar com um falante do inglês, é provável que vá ouvir exatamente esta frase: “it´s raining cats and dogs!”
Expressões idiomáticas, gírias e ditados são exemplos de linguagens particulares de cada cultura. E transpor os seus significados para outro idioma requer um conhecimento que vai além do gramatical.
Assim, de forma literal, o Google Translator traduziria a frase inglesa citada acima corretamente. Mas ela não traria o sentido necessário para ser plenamente compreendida pelos brasileiros.
Ainda, certas áreas possuem termos específicos, palavras que ganham conotações diferentes quando aplicadas a uma determinada realidade. E reconhecer esse aspecto é algo que máquina nenhuma conseguirá fazer.
Por esses motivos, o tradutor automático deve ser somente um apoio. Use o Google Tradutor em casos de urgência e jamais deixe de submeter o resultado à revisão cuidadosa de um serviço profissional de tradução.
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